O manejo da agricultura de precisão já está bem desenvolvido nas culturas de sequeiro, mas poucos trabalhos se dedicaram a adaptar a tecnologia para áreas irrigadas. No Congresso Brasileiro de Agricultura de Precisão, que encerra hoje em Ribeirão Preto (SP), uma das pesquisas apresentadas preenche essa lacuna. O experimento, realizado com híbridos de arroz irrigado, mostra que o produtor pode otimizar os recursos sem prejudicar a produtividade.
De acordo com o engenheiro agrônomo José Alan de Almeida Acosta, que participa do evento, esse pode ser considerado um trabalho completo, pois acompanhou todas as etapas da cultura, do preparo do solo à colheita.
O objetivo do trabalho foi conhecer melhor as características químicas do solo em termos de acidez e teores de fósforo e potássio e, a partir daí, fazer um tratamento de correção desses níveis de fertilidade. Com isso, conseguimos otimizar o uso dos insumos e ainda obtivemos um incremento de produtividade num sistema de baixa produção — comemora o pesquisador.
O experimento foi desenvolvido em São Gabriel, no Rio Grande do Sul, e se baseou em informações dos mapas de colheita da região. O mapeamento é um acessório fundamental para a agricultura de precisão que ainda é muito incipiente em todo o Brasil. A partir das informações produzidas por ele, é possível posicionar melhor as tecnologias agronômicas e entender por que determinadas áreas produzem mais do que outras.
Para comparar o trabalho com os resultados da agricultura convencional, o híbrido submetido ao manejo de precisão foi posicionado ao lado de outra lavoura, com o mesmo híbrido e manejo tradicional. Enquanto o manejo convencional utilizou 200 quilos de adubo, em uma área de 70 hectares, o manejo de precisão aplicou 120 quilos e uma pequena correção de fósforo nas áreas com deficiência de potássio. A área, que tinha um histórico de perdas de 10 a 20 sacas de arroz, passou a produzir cinco sacas a mais. Além de reduzir os custos, a tecnologia contribuiu para o aumento da produtividade.
A agricultura de precisão pode ser adaptada para o arroz irrigado em qualquer região do País, desde que sejam observados a variabilidade do solo e os mapas de colheita. De acordo com José Alan, a resposta de rentabilidade da técnica está associada à rentabilidade da propriedade, mas quando bem aplicada, é economicamente viável e vantajosa.
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